Tu

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Aqui sentada, fecho os olhos e inspiro. A minha pele arrepia-se e consigo lembrar todo um aroma, todo um toque. Mesmo quando não estás, a casa tem o teu cheiro, os papéis espalhados na ordem do teu caos, a almofada tem o molde do teu rosto e a toalha abandonada o teu corpo. Ter-te por perto é aquilo que muitos podem chamar habitual, mas sem cair em hábito oco dos dias, mas antes descobrir-te sempre, nos gestos, na expressão e impressão, no sorriso preso numa mensagem, na gargalhada solta num gesto. Confesso que a velocidade dos dias que tento abrandar, nos induz ao descompasso, tocando em tons diferentes, mas o calor do teu abraço traz-me de volta e podemos ter o silêncio, que nos devolve todos os beijos. Por isso, gosto de te ter nas minhas fotografias, na memória de um desenho que rabisquei entre um cigarro e um café, nas ideias e sonhos que vamos partilhando. Há tanto ainda para fazer, muitas coisas quero apenas sussurrar-te, mas a verdade é que tudo isto que sinto é porque TU existes.

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